Adriana
Peccin Consultora empresarial, professora e coordenadora do Curso de
Administração Ulbra Torres/RS – CRA 25037
Todo insight vive de 3
momentos inevitáveis, no primeiro é completamente recusado, no segundo é
parcialmente aceito e no terceiro é aceito com êxito. O que é novo e diferente
em geral é incômodo, incompreendido e rechaçado.
Qualquer processo de venda
de produtos e serviços não se deve somente às análises de mercado, publicidade
e comunicação, mas também às operações de financiamento e outros fatores que
influenciam no resultado final, mas é importante ressaltar, que quando os produtos
têm uma promessa e marketing contundentes, independentemente e apesar de as
outras estratégias serem medíocres, eles chegam longe e geram vendas.
Ser inovador é a fórmula
mais próxima do sucesso, mas também pode ser a que mais o compromete. Não
devemos deixar de inovar, mas além de tudo, ter a compreensão clara de quem é o
nosso consumidor.
Contarei alguns casos de
cegueira, relatados pelo guru Jürgen Klaric em seu livro Estamos Cegos, provas
concretas de que a falta de sensibilidade com o consumidor, e por não saber o
que as pessoas buscam, muitas marcas conhecidas fracassaram.
Começarei contando o CASO MOTOROLA- Essa foi uma empresa com
grande tecnologia, grande desenvolvimento e inovação, mas com pouco senso
antropológico para enxergar o que o consumidor realmente buscava. A marca não
se deu conta de que, às vezes, o resultado está na simplicidade tecnológica, e
não na quantidade de funções, grandes aparelhos ou avanços tecnológicos.
Fracassaram, e a empresa
precisou ser vendida. Hoje, a Google tem o controle da Motorola Mobile. Uma das
empresas mais inovadoras em tecnologia celular, a Motorola perdeu a batalha
para um aparelho chamado BlackBerry, seguido pelo iPhone da Apple.
CASO
MATTEL - A
Barbie é uma boneca da marca Mattel que acaba de fazer 50 anos de vida. Foi
criada por uma geração completamente diferente da de hoje. A Barbie está
ofuscada por outra boneca chamada Bratz, codificada para uma nova geração e
que, desagrada as mães por sua estética agressiva com olhos pintados e lábios
grandes. A boneca, porém, não foi criada para as mães, e sim para suas filhas,
que realmente veem o mundo de forma totalmente diferente.
Hoje, a Barbie já não é cool, em seu Motor Home cor-de-rosa ao
lado do Ken. Já a Bratz seduz por ser transgressora e cool , tomando martínis com suas amigas sem a companhia de um Ken.
Este é mais um exemplo claro
de que muitas vezes temos o conceito e a inovação diante de nossos olhos e não
os vemos pela cegueira que nos acomete; abrimos os olhos somente quando se
convertem em realidade.
CASO
McDONALD´S – Há anos as pessoas diziam que não queriam
consumir a comida do McDonald´s porque era engordativa. Uma época onde as
pessoas consideram mais inteligente “comer bem” e “ de maneira saudável”. Foi
quando a empresa de sanduíches decidiu investir tempo e recursos na mudança de
seus produtos.
O Burger King, criou um
hambúrguer totalmente agressivo em seu conteúdo: cheio de queijo e bacon, com
diferentes ingredientes que ativam o cérebro a se conectar com o produto.
Trata-se do sanduiche Double Stacker – tão bem-aceito que não demorou muito
para que saíssem a versão tripla e até a quádrupla, um dos mais bem-sucedidos
do menu do Bruger king.
A cegueira não permitiu que
o McDnald´s entendesse a necessidade subconsciente das pessoas, elas podem
querer comer de forma saudável, mas tudo indica que elas fazem o contrário.
Eu poderia seguir falando
dos cases, Kodak, Motorola, Sony... ou até mesmo, repensarmos o seu negócio,
mas a conclusão será a mesma. Seja a sua empresa uma multinacional ou uma
microempresa, repensar
os métodos e entender os motivos que fazem as pessoas se conectarem como nossos
produtos, serviços e marcas nos manterá vivos.
Ser cego pode sair caro.
Abra os olhos senão você será o algoz de seu próprio negócio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário