quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016


Adriana Peccin Consultora empresarial, professora e coordenadora do Curso de Administração Ulbra Torres/RS – CRA 25037

 NÃO DEIXE A CEGUEIRA TOMAR CONTA DE VOCÊ
Acredito que muitos de vocês, já ouviram essa frase: Eu sempre fiz assim, pra que mexer em time que está ganhando.

Todo insight vive de 3 momentos inevitáveis, no primeiro é completamente recusado, no segundo é parcialmente aceito e no terceiro é aceito com êxito. O que é novo e diferente em geral é incômodo, incompreendido e rechaçado.
Qualquer processo de venda de produtos e serviços não se deve somente às análises de mercado, publicidade e comunicação, mas também às operações de financiamento e outros fatores que influenciam no resultado final, mas é importante ressaltar, que quando os produtos têm uma promessa e marketing contundentes, independentemente e apesar de as outras estratégias serem medíocres, eles chegam longe e geram vendas.

Ser inovador é a fórmula mais próxima do sucesso, mas também pode ser a que mais o compromete. Não devemos deixar de inovar, mas além de tudo, ter a compreensão clara de quem é o nosso consumidor.
Contarei alguns casos de cegueira, relatados pelo guru Jürgen Klaric em seu livro Estamos Cegos, provas concretas de que a falta de sensibilidade com o consumidor, e por não saber o que as pessoas buscam, muitas marcas conhecidas fracassaram.

Começarei contando o CASO MOTOROLA- Essa foi uma empresa com grande tecnologia, grande desenvolvimento e inovação, mas com pouco senso antropológico para enxergar o que o consumidor realmente buscava. A marca não se deu conta de que, às vezes, o resultado está na simplicidade tecnológica, e não na quantidade de funções, grandes aparelhos ou avanços tecnológicos.
Fracassaram, e a empresa precisou ser vendida. Hoje, a Google tem o controle da Motorola Mobile. Uma das empresas mais inovadoras em tecnologia celular, a Motorola perdeu a batalha para um aparelho chamado BlackBerry, seguido pelo iPhone da Apple.

CASO MATTEL -  A Barbie é uma boneca da marca Mattel que acaba de fazer 50 anos de vida. Foi criada por uma geração completamente diferente da de hoje. A Barbie está ofuscada por outra boneca chamada Bratz, codificada para uma nova geração e que, desagrada as mães por sua estética agressiva com olhos pintados e lábios grandes. A boneca, porém, não foi criada para as mães, e sim para suas filhas, que realmente veem o mundo de forma totalmente diferente.
Hoje, a Barbie já não é cool, em seu Motor Home cor-de-rosa ao lado do Ken. Já a Bratz seduz por ser transgressora e cool , tomando martínis com suas amigas sem a companhia de um Ken.

Este é mais um exemplo claro de que muitas vezes temos o conceito e a inovação diante de nossos olhos e não os vemos pela cegueira que nos acomete; abrimos os olhos somente quando se convertem em realidade.
CASO McDONALD´S – Há anos as pessoas diziam que não queriam consumir a comida do McDonald´s porque era engordativa. Uma época onde as pessoas consideram mais inteligente “comer bem” e “ de maneira saudável”. Foi quando a empresa de sanduíches decidiu investir tempo e recursos na mudança de seus produtos.

O Burger King, criou um hambúrguer totalmente agressivo em seu conteúdo: cheio de queijo e bacon, com diferentes ingredientes que ativam o cérebro a se conectar com o produto. Trata-se do sanduiche Double Stacker – tão bem-aceito que não demorou muito para que saíssem a versão tripla e até a quádrupla, um dos mais bem-sucedidos do menu do Bruger king.
A cegueira não permitiu que o McDnald´s entendesse a necessidade subconsciente das pessoas, elas podem querer comer de forma saudável, mas tudo indica que elas fazem o contrário.

Eu poderia seguir falando dos cases, Kodak, Motorola, Sony... ou até mesmo, repensarmos o seu negócio, mas a conclusão será a mesma. Seja a sua empresa uma multinacional ou uma microempresa,  repensar os métodos e entender os motivos que fazem as pessoas se conectarem como nossos produtos, serviços e marcas nos manterá vivos.
Ser cego pode sair caro. Abra os olhos senão você será o algoz de seu próprio negócio.

 

 

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